
Uma vez pode ser acaso. Duas vezes pode ser coincidência. Mas quatro meses seguidos deixam pouca margem para dúvida.
É aí que nos encontramos com os números das folhas de pagamento nos EUA. O relatório de emprego de agosto não apenas desapontou — confirmou o que vinha a desenvolver-se silenciosamente sob a superfície há meses. O mercado de trabalho, durante muito tempo descrito como “resiliente” por banqueiros centrais e comentadores tradicionais, está agora a mostrar sinais inconfundíveis de pressão. Pior ainda, a fraqueza não se limita aos EUA; as folhas de pagamento no Canadá também estão a desfazer-se.
Em conjunto, os números mais recentes traçam o retrato de uma economia norte-americana a entrar numa fase de perdas de empregos, redução de horas, aumento do subemprego e subida das taxas de desemprego. Sobrepostas a estas dinâmicas laborais estão as reações dos mercados financeiros — acentuação da inclinação da curva de rendimentos, queda dos yields dos Treasuries e alterações nas curvas de futuros — que sugerem fortemente que a política monetária será em breve forçada a entrar numa nova fase de cortes de taxas.
Esta é a história de como quatro meses de deterioração do
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